ESTENOSE LOMBAR: definições, epidemiologia e direções de tratamento baseados no Guia de Prática Clínica “ Non-Surgical Interventions for Lumbar Spinal Stenosis Leading To Neurogenic Claudication: A Clinical Practice”.
A dor na coluna representa a principal causa de incapacidade mundial. A estenose lombar, causa frequente de dor crônica nas costas e pernas, é associada é incapacidade importante e limitações funcionais. A prevalência média baseada em achados clínicos e radiológicos, indicam que a estenose lombar afeta cerca de 11 a 38% da população mundial (idade média de 62 anos), 15 a 25% na atenção primária em saúde e 29 a 32% na atenção secundária. A prevalência e o impacto econômico associados à estenose lombar apresentam tendência de aumentar à medida que a expectativa de vida da população mundial também aumenta.
A estenose lombar é um processo degenerativo normal que causa um estreitamento o do canal espinhal central, recesso lateral ou forame intervertebral (ou a combinação dos mesmos), compressão progressiva das estruturas neuro vasculares do canal espinhal e forame.
A estenose espinhal pode ser classificada como adquirida ou congênita (ou ambas) e pode ser associada à espolilolistelise degenerativa ou escoliose.
Os sintomas geralmente são descritos como: claudicação neurogênica, caracterizada por uni ou bilateral nas nádegas, coxas ou nas panturrilhas (dor, câimbras, alterações sensoriais e equilíbrio, parestesia, dormência e fraqueza), precipitada por período longo de permanência em pés ou longas caminhadas e que alivia ao sentar-se, flexão de tronco ou ao deitar-se. Pode ou não haver dor lombar associada à claudicação. Os indivíduos sintomáticos relatam incapacidade extrema para caminhar que impactam negativamente as suas atividades sociais e recreativas, e impactam emocionalmente as suas vidas.
Critério diagnóstico: achados clínicos e radiológicos. Idade acima de 60 anos, teste de 30 30 segundos de extensão, teste de elevação perna estendida negativo, dor em ambas as pernas, dor na perna que alivia ao sentar-se, inclinação ou flexão do tronco.
Apesar da história natural da estenose com claudicação neurogênica, de grau média a moderada ser favorável em até 60% dos pacientes, independente da dor na coluna ou perna, 30% dos pacientes não melhoram, tornando a estenose lombar uma causa comum de cirurgia em pacientes acima dos 65 anos. Apesar de melhorarem rapidamente 3 meses após a cirurgia, parece não haver diferenças clínicas entre pacientes que operam e não operam entre 4 a 8 anos. A taxa de novo procedimento cirúrgico é de 18% entre os que operam e os eventos adversos afetam de 10-24% dos pacientes operados. Dessa forma, a cirurgia para estenose lombar quase sempre deve ser eletiva. Melhor investigação radiológica e possível indicação cirúrgica deve ser indicada à pacientes com limitação importante na caminhada ( dor em menos de 100 metros), perda de força progressiva e falha no tratamento conservador adequado.
TRATAMENTOS:
Não-farmacológicos:
- Nível de evidência: Moderada
Reabilitação multimodal: educação e orientações sobre a condição, técnicas de terapia manual, exercícios domiciliares para melhorar a marcha e sintomas a curto e longo prazo.
- Nível de Evidência: Baixa acupuntura melhora a dor a curto prazo; calcitonina, paracetamol, opioides, methylcobalamina, relaxantes musculares, pregabalina, gabapentina, infiltrações epidurais de corticóides, anti-inflamatórios não esteróides não são indicados.
* a indicação de inibidores da recapitulação de seratonina e antidepressivos tricíclicos é indicado aos pacientes com estenose com claudicação com ou sem dor lombar associada.
Tradução livre: Fisioterapeuta Patrícia Montes (diretora técnica Vertical de Dor)
Fonte: Non-Surgical Interventions for Lumbar Spinal Stenosis Leading To Neurogenic Claudication: A Clinical Practice”. The Journal of Pain, Vol 22, No 9 (September), 2021: pp 1015−1039
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