Exercícios no Tratamento da Escoliose: Qual a Sua Verdadeira Função?
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Resumo:
Entenda por que os exercícios têm um papel central no tratamento da escoliose, o que significa fazer “exercício específico”, como isso difere de outras abordagens e de que forma os exercícios ajudam o paciente a estabilizar sua coluna. Um conteúdo indispensável para famílias que buscam clareza sobre o tratamento não cirúrgico da escoliose.
Introdução
Durante o Junho Verde 2025, a Clínica Linear promoveu uma série de encontros online com especialistas da área da escoliose. No dia 26 de junho, a Dra. Isis Navarro recebeu a Dra. Bruna Gurgel, fisioterapeuta e sócia da Clínica Linear Fortaleza, para uma conversa franca sobre o verdadeiro papel dos exercícios no tratamento da escoliose.
Muitas famílias acreditam que “exercício faz bem para tudo” — mas, no caso da escoliose, nem todo exercício ajuda, e alguns podem até atrapalhar. Por isso, é essencial compreender: o que torna um exercício realmente eficaz para quem tem escoliose?
1. Exercício sozinho não é tratamento
A primeira lição da live foi direta: exercício é uma ferramenta — não o tratamento em si. Na Abordagem SEAS, a base do tratamento é a autocorreção ativa, e os exercícios entram como estratégia para treinar e estabilizar essa correção.
“O coração do tratamento não são os exercícios. É a autocorreção. O exercício está lá para perturbar e testar essa correção.” — Dra. Isis Navarro
2. Cada exercício é pensado exclusivamente para aquele paciente
Na Clínica Linear, não existe uma “lista padrão” de exercícios. Cada movimento, cada estímulo e cada desafio é individualizado de acordo com a idade, curva, rotina, interesses e habilidades do paciente.
“Não é porque duas pacientes fazem balé que elas vão fazer os mesmos exercícios. Cada uma vai ter seu plano específico.” — Dra. Bruna Gurgel
Além disso, o tratamento vai evoluindo conforme o paciente evolui — o que exige criatividade e dedicação constante do fisioterapeuta.
3. Exercício específico ≠ exercício qualquer
Exercícios para escoliose não têm como objetivo “fortalecer o core” ou “melhorar a postura” genericamente. Na abordagem baseada em evidência:
O objetivo principal é treinar o paciente a manter a autocorreção em movimento;
Os exercícios são desafiadores, e não apenas “ajudadores”;
A função vem antes da forma: o que importa é a habilidade de controlar a própria coluna, e não repetir um gesto mecanicamente.
“A gente não dá exercício para ajudar a correção. A gente dá exercício para desafiar a correção. Essa é a essência do SEAS.” — Dra. Isis Navarro
4. A adesão melhora quando o exercício faz sentido
Tanto Dra. Bruna quanto Dra. Isis destacaram o quanto o exercício pode ser adaptado a partir dos gostos do paciente: seja com movimentos do balé, do futebol, da maquiagem ou de uma atividade da vida diária.
“Uma bailarina que ouve ‘primeira posição, segunda posição’ se engaja muito mais do que se eu dissesse só ‘levanta o braço’. Isso muda tudo.” — Dra. Isis Navarro
5. Como é montado um programa de exercícios?
Geralmente, os pacientes recebem um programa com cerca de 6 exercícios, a serem feitos em 20 minutos, 5 vezes por semana. Os exercícios envolvem:
Músculos da cadeia anterior e posterior;
Coordenação, equilíbrio, controle postural;
Gesto funcional (quando possível).
A dificuldade pode ser ajustada por:
Amplitude do movimento;
Resistência (gravidade, peso, elástico);
Velocidade;
Posição inicial (deitado, sentado, em pé).
“A gente pode usar o mesmo exercício por muito tempo. Basta variar os estímulos para que ele continue desafiador.” — Dra. Bruna Gurgel
6. E os adultos? Ainda vale a pena?
Sim! A fisioterapia específica para escoliose funciona também para adultos, com objetivos adaptados:
Melhorar dor;
Reduzir rigidez;
Prevenir piora;
Melhorar estética e função.
“O SEAS é adaptável. Temos pacientes de 6 a 92 anos. O que muda é o foco do tratamento.” — Dra. Bruna Gurgel
Conclusão: o exercício certo muda tudo
A diferença entre um exercício qualquer e um exercício específico está no propósito.
No SEAS, o exercício certo:
✅ treina a correção postural;
✅ desafia, mas não ultrapassa o limite do paciente;
✅ é adaptado, criativo e funcional;
✅ melhora a autonomia e a confiança do paciente.
“Não existe um botão mágico. Mas quando o exercício é bem pensado e bem feito, ele transforma o paciente — e o tratamento todo.” — Dra. Isis Navarro
Quer entender qual exercício é ideal para seu filho(a) ou para você?
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Assista o vídeo completo clicando na imagem abaixo.
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