Plano Sagital e Escoliose: O que é e Por que é Fundamental no Tratamento
- 25 de jun.
- 4 min de leitura
Resumo:
Entenda o que é o plano sagital, como ele influencia diretamente a saúde da coluna e por que o desequilíbrio nesse plano pode agravar quadros de escoliose, especialmente em adolescentes. Um conteúdo essencial para famílias que buscam informações claras, técnicas e acolhedoras sobre o tratamento de Excelência da Escoliose.
Introdução
Durante o Junho Verde 2025, mês internacional de conscientização da Escoliose, a Clínica Linear realizou uma série de lives para responder dúvidas reais de famílias e profissionais. No dia 25 de junho, a Dra. Isis Navarro abordou um dos temas mais importantes — e muitas vezes esquecidos — no tratamento da escoliose: o plano sagital.
Mesmo com a ausência inesperada da convidada do dia, Dra. Marcelle Guimarães, a Dra. Isis conduziu uma verdadeira aula sobre como o perfil da coluna (quando observamos o paciente de lado) influencia diretamente no sucesso ou no fracasso do tratamento.
1. O que é o plano sagital?
O plano sagital é aquele que observamos olhando o corpo de perfil. Ele revela a silhueta da coluna e suas curvas fisiológicas — chamadas de lordose e cifose. Essas curvas são naturais, surgem ao longo do desenvolvimento motor e são essenciais para manter o equilíbrio e absorver impactos.
“A coluna não é reta de lado. Ela tem curvas que funcionam como molas naturais. Quando perdemos essas curvas, perdemos também estabilidade.” — Dra. Isis Navarro
2. A Escoliose é uma condição tridimensional
Muitas pessoas pensam na escoliose como uma curva “para o lado”. Mas a verdade é que ela compromete os três planos do corpo:
Frontal (frente/costas)
Transversal (giro da coluna)
Sagital (perfil)
Por isso, o tratamento da escoliose precisa considerar também como essas curvas naturais estão presentes — ou ausentes — no paciente.
3. Redução das curvas: o problema mais comum
Segundo a Dra. Isis, a maioria dos adolescentes com escoliose apresenta uma redução da cifose torácica, o que significa uma coluna muito reta na parte de cima do tronco.
“Quando a cifose está reduzida, o paciente parece reto demais, e isso não é um bom sinal. Curvas naturais são sinais de saúde — e sua ausência indica risco.” — Dra. Isis Navarro
Esse padrão é tão frequente que, ao avaliar um paciente com escoliose, o olhar do profissional precisa automaticamente se voltar à perda da cifose torácica.
4. Por que isso importa no tratamento?
Uma coluna com as curvas reduzidas perde estabilidade e equilíbrio, o que pode agravar a deformidade. Pior ainda: se o fisioterapeuta prescreve exercícios de extensão (que aumentam ainda mais a retificação), a situação pode se agravar rapidamente.
“Fazer extensão em uma coluna que já está em extensão pode levar esse paciente à cirurgia.” — Dra. Isis Navarro
5. Como avaliar se a cifose está normal?
A Dra. Isis apresentou valores de referência:
Cifose torácica (plano sagital):
Normal entre 35° e 55°.
Abaixo disso = retificação. Acima = hipercifose.
Lordose lombar:
Normal entre 45° e 65°.
Essas informações podem ser obtidas por radiografia (padrão ouro) ou por testes clínicos, como o índice sagital e o teste de rigidez da cifose, usado para saber se a curva é flexível ou estruturada.
6. Casos que exigem atenção extra
A Dra. Isis compartilhou o caso real de uma paciente com índice sagital negativo (–10 mm) e valor de L3 em –5 mm — um quadro considerado grave, pois indica inversão das curvas naturais.
“Era uma adolescente magra, bailarina, com alto desempenho físico — mas a coluna, de tão retificada, já estava invertendo suas curvas. Isso exige intervenção urgente.” — Dra. Isis Navarro
7. Pilates, colete e plano sagital: como interagem?
O colete 3D, embora necessário, pode reduzir ainda mais a cifose torácica;
O Pilates, quando bem orientado, pode ajudar a manter ou recuperar a mobilidade da coluna;
A fisioterapia específica, como a Abordagem SEAS, atua para devolver o equilíbrio das curvas.
“No adolescente, o foco é recuperar a cifose. No adulto, é manter a lordose lombar. O plano sagital muda com a idade — e o tratamento precisa acompanhar essas mudanças.” — Dra. Isis Navarro
8. E se o paciente também tiver pectus (tórax afundado)?
Nesses casos, o desafio é ainda maior. O movimento que melhora a cifose (flexão torácica) pode agravar o pectus, e vice-versa. Isso exige uma avaliação ainda mais refinada e escolhas terapêuticas cuidadosas, sempre respeitando o que é mais urgente para o paciente.
Conclusão: olhar de lado muda tudo
O plano sagital é um dos pilares do diagnóstico e tratamento da escoliose. Ignorá-lo é um erro grave. Prescrever exercícios sem entender o perfil da coluna pode comprometer o tratamento — ou até piorar o quadro.
“Quem trata Escoliose precisa aprender a olhar de lado. Porque é olhando de perfil que a gente entende a mecânica que está por trás da curva.” — Dra. Isis Navarro
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