Você conhece esta doença? Sim, a escoliose idiopática é definida pela Organização Mundial da Saúde como uma doença multifatorial da coluna vertebral.
Vamos conhecer algumas verdades sobre a escoliose:
O termo idiopático é usado para descrever algo que acontece de forma espontânea ou desconhecida, a escoliose do tipo idiopática é a forma mais comum da deformidade e o maior número de casos é registrado na adolescência entre 10 e 12 anos.
Escoliose idiopática não tem cura, mas tem ótimas opções de tratamento para os diferentes momentos da doença. A SOSORT, que hoje é a maior entidade no mundo para o tratamento conservador da escoliose, defende que curvas com mais de 5 graus devem ser acompanhadas, curvas acima de 10 graus devem ser tratadas com fisioterapia específica para escoliose, curvas acima de 25 graus recebem indicação do uso de coletes ortopédicos associado a fisioterapia e curvas acima de 50 graus tem indicação de tratamento cirúrgico.
Em muitos casos o diagnóstico acaba sendo tardio e os pais se sentem culpados em relação a isto. A verdade é que não existem programas de conscientização a respeito da doença, tão pouco estratégias de triagens ou de diagnóstico precoce. O que acontece é que muitas vezes os pais acabam vendo seus filhos mais despidos somente no verão e por isso o diagnóstico acaba acontecendo tardiamente. Lembrando que o período de maior prevalência é na puberdade e é praticamente impossível para os pais fazer um exame das costas do seus filho nesta época da adolescência.
Agora vamos falar sobre alguns mitos em relação a escoliose:
Escoliose idiopática não causa paraplegia, ou seja, seu(a) filho(a) não vai acabar ficando em uma cadeira de rodas por causa da escoliose. As formas mais agressivas podem evoluir mais rapidamente e atingir uma grande magnitude em graus, e se não tratada, pode ocasionar importantes limitações funcionais, mas não será capaz de gerar uma lesão estrutural a ponto de causar um sequela irreversível.
Toda escoliose acima de 50 graus precisa de cirurgia? Na verdade levar em consideração a clínica e a vontade do paciente é fundamental no momento da tomada de decisão. Alguns pacientes não querem de jeito nenhum passar pelo tratamento cirúrgico e isto deve ser respeitado, na medida do possível. Investir no tratamento conservador associado ao uso do colete pode ser uma excelente alternativa para estes casos mais graves onde os pacientes se negam a fazer cirurgia.
Natação é bom para escoliose? A natação não é adequada para tratar escoliose, é importante salientar que quando se fala em tratamento conservador existem 7 grandes escolas no mundo e o método SEAS, que já falamos por aqui, é uma delas. Além da natação não ser considerada uma forma de tratamento para escoliose, como muitos médicos sugerem, a prática do esporte pode inclusive aumentar o risco de progressão da deformidade.
Texto da Dra. Isis Navarro, publicado em 17/08/2017
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