Cirurgia para Escoliose: Quando é Indicada e Por Quê?
- 30 de jun.
- 4 min de leitura
Resumo:
A cirurgia é necessária em uma minoria dos casos de escoliose. Mas quando indicada, ela salva vidas e melhora a qualidade de vida do paciente. Neste post, você vai entender quando a cirurgia é recomendada, quais critérios os especialistas usam para indicar, o que muda entre técnicas modernas e convencionais — e por que a fisioterapia específica continua essencial, mesmo quando há indicação cirúrgica.
Introdução
O Junho Verde acabou, mas o compromisso com a informação de qualidade continua. No dia 1º de julho, a Clínica Linear abriu sua série de lives bônus com um tema que causa dúvidas, medos e, muitas vezes, alívio quando bem compreendido: a cirurgia para escoliose.
Para falar sobre isso, a Dra. Isis Navarro recebeu o Dr. Plínio Linhares, cirurgião de coluna, parceiro da Linear no Ceará. Foi uma conversa técnica, clara e generosa — com espaço para o que toda família precisa: contexto, evidência e escuta.
1. Cirurgia não é emergência — é caminho
A primeira coisa que precisa ser dita é que a cirurgia para escoliose não acontece de repente. Ela é fruto de um caminho bem acompanhado, com avaliações clínicas, tentativas de tratamento conservador e tomada de decisão compartilhada.
“A cirurgia é uma trajetória. Um processo de amadurecimento que deve envolver o paciente, a família e toda a equipe multidisciplinar.” — Dr. Plínio Linhares
2. A maioria não vai precisar de cirurgia
Com tratamento conservador feito de forma adequada — incluindo fisioterapia específica e uso de colete quando indicado — estima-se que 70% dos casos evitem a necessidade de cirurgia.
“A fisioterapia e o colete, quando bem indicados, mudam o rumo da história clínica de muitas crianças.” — Dra. Isis Navarro
3. Quando a cirurgia é indicada?
Apesar das nuances, há parâmetros bem definidos. Os principais critérios incluem:
Curvas acima de 45º ou 50º (dependendo da literatura);
Avaliação da idade óssea, grau de crescimento restante;
Flexibilidade da curva, impacto estético e funcional;
Tamanho do tronco (hoje, utiliza-se a medida de T1 a S1 — troncos acima de 22 cm permitem cirurgia definitiva).
Para crianças menores de 10 anos, técnicas sem fusão definitiva são preferidas, pois permitem o crescimento do tronco e dos pulmões.
4. E nos casos “limite”? Fisioterapia é fundamental
Mesmo quando o paciente está no “limite” da indicação cirúrgica (por exemplo, 50º e Risser 4), a recomendação é clara: vale a pena iniciar o tratamento conservador.
“Mesmo que o paciente venha a operar, a fisioterapia específica prepara física e mentalmente. Os estudos mostram menos dor, recuperação mais rápida e maior satisfação após a cirurgia.” — Dr. Plínio Linhares
A Dra. Isis citou um estudo apresentado no SOSORT com mais de 300 pacientes, em que aqueles que passaram por fisioterapia e uso de colete antes da cirurgia tiveram melhor qualidade de vida após o procedimento.
5. Cirurgia não é por estética — e nem por dor
Essa parte da live foi uma aula sobre alinhamento de expectativas. Muitos acreditam que a cirurgia é feita para “deixar a coluna reta” ou acabar com a dor. Mas os objetivos cirúrgicos são outros:
“Cirurgia de escoliose não é para estética, nem para dor. O objetivo principal é impedir a progressão da curva.” — Dr. Plínio Linhares
Os ganhos estéticos existem — mas são secundários. Isso precisa estar claro desde o início do tratamento, para evitar frustrações e valorizar os resultados reais.
6. Técnicas cirúrgicas modernas: quais existem?
Além da tradicional artrodese definitiva, há outras técnicas em uso ou em fase de evolução:
Técnica bipolar: com dois pontos de fixação (sem parafusos no meio da coluna) e possibilidade de alongamento da haste conforme o crescimento;
Alongamento magnético: ainda não disponível no Brasil devido ao custo, permite ajustes sem necessidade de nova cirurgia;
Tethering (colete interno): técnica minimamente invasiva, que preserva mobilidade e atua com tensão na convexidade da curva, indicada para adolescentes ainda em crescimento.
“O tethering parece promissor, mas ainda não temos estudos de longo prazo. É preciso transparência com as famílias quanto às incertezas.” — Dr. Plínio Linhares
7. SUS vs. Saúde privada: e o acesso à cirurgia?
No SUS, o principal desafio é o acesso à equipe e ao centro cirúrgico, não o material. Há longas filas, poucos hospitais especializados e tempo entre consultas e cirurgias que pode chegar a anos.
“O mais difícil no SUS não é o implante, é a criança chegar até a gente. No Ceará, temos 300 mil casos estimados — e apenas um hospital que atende.” — Dr. Plínio Linhares
8. Abordagem multiprofissional: o futuro do cuidado
A conversa terminou reforçando o que a Clínica Linear acredita e pratica: a integração entre fisioterapeutas, ortesistas e cirurgiões é o que gera segurança, adesão e melhores resultados.
“Um paciente com indicação cirúrgica que passa por uma consulta conjunta — com ortesista, fisioterapeuta e cirurgião — tem mais clareza, menos dúvidas e muito mais chance de sucesso.” — Dra. Isis Navarro
Conclusão: cirurgia é cuidado — não castigo
Quando bem indicada, a cirurgia muda vidas.
E quando bem acompanhada, ela começa muito antes da sala de operação — com fisioterapia, colete, informação de qualidade e escuta sensível.
“Mais do que tratar uma curva, tratamos uma vida. Cada paciente precisa ser visto como único.” — Dr. Plínio Linhares
Tem dúvidas sobre cirurgia para escoliose?
Nossa equipe pode ajudar. Atendemos pacientes de todo o mundo em nossas Sedes e através do formato online. Sabia mais entrando em contato com nossa Central de Atendimento à Família com Escoliose via WhatsApp: +55 11 91916-7651
Assista o vídeo completo clicando na imagem abaixo.
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